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Dia de Campo é realizado em unidade de produção com temática de bioinsumos em São Mateus - ES

O Dia de Campo foi realizado no dia 04/03 (última sexta-feira) no Sítio Fabem, localizado no Córrego Tapuio em São Mateus, Espírito Santo e objetivou conhecer a unidade de produção e sua experiência na produção de biofertilizantes para uso nas lavouras da propriedade da família. Estiveram presentes, representantes do Banco do Nordeste e Comitê Gestor do Plano de Ação Territorial de Agroecologia do Território Norte (PAT) do Município de São Mateus.

Antes de abordar a atividade, se faz importante indicar que o PAT é um processo em desenvolvimento que recebe apoio do Prodeter (Programa de Desenvolvimento Territorial), é uma estratégia do Banco do Nordeste para contribuir com o desenvolvimento territorial e local por meio da organização, fortalecimento e elevação da competitividade das atividades econômicas de um determinado Território e que tem como objetivos; fortalecer as cadeias produtivas das atividades priorizadas; incorporar inovações tecnológicas em atividades produtivas; potencializar a cooperação e a participação dos agentes institucionais e econômicos no processo de desenvolvimento local e territorial; promover a articulação de políticas públicas para o desenvolvimento local e territorial e; promover financiamento integrado e orientado das atividades produtivas.

O Dia de Campo foi realizado no Sítio Fabem, de propriedade de Francisco, Elza e seus filhos e teve como objetivo, conhecer a prática de transição agroecológica da família, a produção de biofertilizantes para uso nos cultivos da propriedade e explicitar os conhecimentos construídos pela família, o que implica na socialização dos desafios vivenciados na transição, erros e acertos.

Durante a visita, a família comentou dos desafios em realizar a transição agroecológica, que vão desde a mentalidade, até os desafios de substituição de insumos e desafios a comercialização, o que exige bastante cuidado por parte da família. Questões amplamente debatidas pelo grupo.

Seguido deste momento e ainda no quintal da família, o grupo já conheceu a biofábrica camponesa de biofertilizantes, um espaço cavado no enxadão, embaixo da sobra das árvores, local que abriga duas caixas com capacidade para 1.000l cada uma, é neste local que os ingredientes são misturados e fermentam por cerca de 45 dias.



Francisco ao ser questionado sobre os ingredientes empregados, comentou que "cada biofertilizante é um biofertilizante e que a maioria dos ingredientes vem da própria roça ou da roça dos vizinhos, como no caso da urina e esterco de gado. Alguns itens como micronutrientes, estes são comprados em lojas de agropecuária e usados em pequenas dosagens".


Ainda dentro do quintal, a família apresentou um espaço recém preparado para receber equipamentos via PAT/Prodeter, para ampliar sua produção de biofertilizantes e desta forma, servir como instrumento didático a outras famílias camponesas atendidas pelo PAT, mas também de outras regiões.

Seguido deste momento, o grupo realizou visita a área de cultivo de pimenta do reino em tutoria parcialmente viva como cultivo principal e que conta com grande diversidade de itens produzidos, como tomate, quiabo, girassol, crotalária, milho e inhame, dentre outros. Cabe destaque a apresentação de um conflito de cultivos. “O milho e o inhame foram plantados em período similar e ambos os cultivos gostam muito de sol e como o milho cresce mais, isso prejudicou o cultivo do inhame”, comentou Francisco. Ainda sobre os desafios, foi posto como um desafio a ausência de conhecimento do manejo de tutor vivo (gliricídia), o que ocasionou muitos desafios na escolha do tamanho do tutor, profundidade de plantio, preparo do solo. Importante destacar que este aprendizado se deu em um curso sintropia realizado em Barra de São Francisco.

Durante a visita as lavouras de café, a família explicou que o uso dos biofertilizantes se dão no momento da irrigação (fertirrigação) ou quando fazer alguma pulverização folhar nas plantas, de modo que evite o máximo possível a compactação do solo e reduza os custos com combustível. A família comentou do desafio da transição agroecológica, dos erros e da importância de definir uma boa estratégia, que no caso, foi a dos biofertilizantes e do uso de controle biológico para cochonilha. Acrescentaram ainda que os resultados tem sido bons e que em breve devem aplicar um novo manejo agroecológico e mensurar os resultados.


Considerada como uma agenda importante ao grupo, os Dias de Campo serão realizados a cada dois meses e seguirão com o caráter de apresentar práticas de transição agroecológica, erros e acertos e permita a construção do conhecimento agroecológico enraizado no território.

O PAT está presente nos municípios de; Água Doce do Norte, Barra de São Francisco, Boa Esperança, Ecoporanga, Montanha, Nova Venécia, Pinheiros, Ponto Belo e São Mateus e conta com a participação do Banco do Nordeste; IFES - Campus: Barra de São Francisco, Nova Venécia; INCAPER - Nova Venécia, Barra de São Francisco e Montanha; Associação dos Produtores Agroecológicos de Barra de São Francisco; Associação dos Camponeses e Camponesas Agroecológicos de Boa Esperança e Região (Esperança Viva); Associação Universo Orgânico – Nova Venécia; Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e; Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Nova Venécia e Vila Pavão (STRAF).


Por Assessoria de Comunicação.

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